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O Resgate do Velho Rapaz

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  O velho sentado na sua cadeira de balanço na velha casa da família de frente para o mar, pitando seu charuto, estava pensativo, olhando para o horizonte e para aquela imensidão de água, quando foi interrompido de suas lembranças pelo pequenino neto. Logo começaram a conversar: - Vovô, quantos anos você tem? O velho, deu uma pequena risada, pigarreou e respondeu: - Ah meu neto, tenho muito mais anos que todos os pássaros que você agora pode ver lá na praia. - Nossa vovô, mas são muitos pássaros lá. Então você deve ser bem velhinho né? - Hehehe, sim meu neto, sou bem velhinho, mas o mais importante, sou um velhinho feliz, pois tenho uma linda família e lindos netos. - Vovô? - Sim meu anjo? - Me conta uma história de quando você era ainda um rapaz? Surpreso, mas feliz com o inusitado interesse de seu neto, após um novo pigarro, o velhinho começa: Vou te contar uma história de quando eu e meus irmãos, seus tios avôs, saímos em uma viagem, com um velho ônibus, transf
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O Tempo

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O tempo é o mais fiel e íntegro elemento da existência. Ele sempre cumpre com seus desígnios. Não há negociação com o tempo, não há como acelerá-lo ou diminuir o seu ritmo. É ele que estabelece os ciclos de nossa vida, que nos traz novas almas para compartilhar o seu andar. Se a nossa vida fosse um filme, o tempo seria a tela. Se a nossa vida fosse um livro, o tempo seriam suas páginas em branco. Em um filme ou em um livro, somos nós que preenchemos estes espaços, e o destino é o coautor das possibilidades. Nem tudo está em nossas mãos, mas o que está, merece a plenitude do nosso ser. Já ouvi dizer, que não escolhemos o que colher, mas sim escolhemos o que plantar. Então, que a vida possa ser este enredo onde o tempo são páginas a serem escritas. Não há como encapsular o tempo, mas podemos preenche-lo com memórias poderosas, que nos fazem despertar para as sensações que nos dizem:  Eu vivi, plenamente esta existência.
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Culpa, Felicidade e Esperança

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Ontem é o pai do hoje e o avô do amanhã, como todo pai, implicante com seu filho, conflituoso, crítico e rabugento, dizendo a ele o que classifica como certo, o que entende como errado, e estabelecendo em relação ao filho um bocado de julgamentos. Já como avô, para o amanhã, o ontem se distância e estabelece um ar sênior e sábio, mostrando do alto de sua sabedoria, que não é o caso de haver e fazer tanto julgamento, tanta critica, tanta implicância, e o amanhã, filho do hoje e neto do ontem, se vê carregado de esperança e expectativas, construindo projetos e sonhos. Porém quando se torna pai, ou se torna hoje, critica sua existência, e coloca, como em um looping infinito a expectativa no amanhã, seu filho, e somente o perdoa e ameniza essa carga de cobranças, quando se transforma em avô daquele que era hoje. Incrível como o tempo repete padrões de uma vida e das relações Inter geracionais, trazendo para a superfície o conceito de felicidade. O que é esta bendita ou maldita felicidade?
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Escolhas e Renúncias

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Adotei a um par de anos uma frase, que me parece ser a expressão de uma poderosa verdade, um enunciado concreto sobre como funciona a nossa jornada de vida. O enunciado diz o seguinte: " Para toda escolha, várias renúncias ". Dura constatação de que um caminho, uma decisão, uma porta escolhida para entrar, significam dezenas de outras que não serão abertas, e portanto várias possibilidades que não ocorrerão. E a vida vai colecionando histórias e não histórias. E vamos pensando sobre os " E se... ". E se tivesse aceitado aquilo, e se tivesse feito aquele outro, se tivesse dito sim, ou se tivesse dito não, e assim um multiverso de histórias e possibilidades diferentes com finais diferentes também se paralelizam em nossa imaginação. Me disse um amigo estes dias, em relação a uma possibilidade não ocorrida no passado: "São águas passadas", ou seja, ficou no passado, porém notem, são estas águas passadas que determinaram o futuro, e o atual presente. E sabedor
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Portões

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Portões são limites que guardam mistérios. O que podemos encontrar depois de um portão? Portão é um portal para um novo mundo. Existem os portões físicos que guardam uma nova paisagem logo do outro lado, e existem os portões invisíveis, espirituais, que uma vez ultrapassados também nos conduzem a um  mundo de descobertas. Uma ocasião experimentei uma epifania espiritual muito forte, que mesclava um portão físico, concreto, com um portão também espiritual. Estávamos estacionados e iriamos pernoitar nos jardins do santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima, Portugal, quando, já noite, eu muito agitado, tentando dormir, mas com insônia, em nosso Motor Home alugado para uma viagem por alguns dias por este lindo país, escuto uma melodiosa e agradável cantoria. Ela me chama a atenção, como também me chama. Levanto sozinho e em silêncio, pois todos na família já dormiam, e pé sobre pé, me desloco em direção a esta linda melodia. Me deparo, com um portão, e naquele local, estava escuro e
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Amo a primavera, mas respeito o inverno !!!

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  A minha estação preferida é a primavera. Não só porque nela comemoro a minha existência, mas também porque o mês de Setembro, que anuncia a Primavera, traz o forte significado de renovação. Neste período a natureza desperta do seu ocaso, da sua dormência, da sua quase morte, representada pelo inverno, que a propósito também tem sua beleza singular e se faz necessário e se apresenta para exatamente mostrar sua dureza, apoiando portanto a primavera a ser ainda mais contundente na sua beleza e mensagem de renovação. Talvez sem o inverno a mensagem da primavera não ganhasse tanta força. Como se faz necessário a morte, para valorizarmos a vida. E exatamente esta mensagem de renovação, de esperança, de renascimento, de vida, de natureza se multiplicando, de pássaros em sinfonia, de um clima ameno e favorável ao amor e comunhão, que a primavera nos traz. Amo a Primavera, e tenho enorme respeito pelo Inverno.  
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