Escolhas e Renúncias

Adotei a um par de anos uma frase, que me parece ser a expressão de uma poderosa verdade, um enunciado concreto sobre como funciona a nossa jornada de vida. O enunciado diz o seguinte: "Para toda escolha, várias renúncias". Dura constatação de que um caminho, uma decisão, uma porta escolhida para entrar, significam dezenas de outras que não serão abertas, e portanto várias possibilidades que não ocorrerão. E a vida vai colecionando histórias e não histórias. E vamos pensando sobre os "E se...". E se tivesse aceitado aquilo, e se tivesse feito aquele outro, se tivesse dito sim, ou se tivesse dito não, e assim um multiverso de histórias e possibilidades diferentes com finais diferentes também se paralelizam em nossa imaginação. Me disse um amigo estes dias, em relação a uma possibilidade não ocorrida no passado: "São águas passadas", ou seja, ficou no passado, porém notem, são estas águas passadas que determinaram o futuro, e o atual presente. E sabedor das portas não abertas, que permaneceram fechadas, e analisando este momento da minha vida, onde mais da metade do tempo de minha jornada neste plano já tenha sido percorrida, concluo que todas as decisões e renúncias foram as que deveriam ter sido feitas. Não há arrependimento, mas a consciência de que o que deveria ter sido, assim o foi, e nos fez o que somos. O atual momento da minha vida traz serenidade para escolhas e renúncias ainda mais conscientes (talvez a teoria dos setênios explique). Mesmo que escolhas e renúncias absolutamente impactantes. Não são pequenas decisões, mas decisões de mudar de forma drástica nosso atual "status quo", literalmente abraçando o desconforto que a mudança traz, abraçando o novo, o inusitado e o desafiador. 

Mas, engraçado, que mesmo sendo uma decisão consciente e a muito acalentada e pensada, a incerteza deste novo ciclo é enorme. E sendo um ciclo que na sua jornada, a incerteza é uma companheira constante, também são as surpresas e as oportunidades. 

Me orgulho das minhas decisões, das minhas escolhas, inclusive as que julgo equivocadas.

E me orgulho ainda mais da coragem de minha família, em abraçar a possibilidade de navegar na incerteza, ajustando as velas da embarcação chamada vida, para mesmo com ventos contrários, singrar este mar desconhecido de possibilidades. Águas presentes, que determinarão o futuro. 

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